PALÁCIO DE POTALA – Estar no Tibet é algo surpreendente, são tantos momentos especiais, mas a altitude acaba deixando todos nós um pouquinho atordoados. Fazia frio, bem mais que Shanghai, a temperatura chegava a 7 graus, mas a alegria de estar em Lhasa era grande que nem o frio e o mal estar nos fez parar. Lhasa atualmente tem aproximadamente 2.000.000 milhões de habitantes e os maiores pontos turísticos que temos são os monastérios e templos. Mas o Palácio de Potala continua sendo um grande ponto de visitação, e é magnifico, ele é a maior estrutura monumental do Tibet, ocupando uma área de 360 metros quadrados. Com 13 andares e mais de 1000 aposentos, já foi residência do atual 14 (décimo quarto) Dalai Lama, que hoje vive em exílio na Índia. Hoje após a ida do líder tibetano, tornou-se um imenso museu com relíquias da religiosidade do Tibet.
Me emocionei muito ao caminhar pelo palácio, sentindo ainda toda a energia forte que há no local, principalmente onde o Dalai Lama fazia suas meditações, neste momento não contive as minhas lágrimas. Internamente o Potala é maravilhoso, mas não pudemos fotografar, apenas tenho as cenas na minha mente da riqueza de detalhes e o colorido das imagens, paredes e portas, são sensacionais. Muito ouro e pedras preciosas nas Stupas e Mandalas, que não há como descrever. Por fora é bem simples, a cor branca se mistura ao vermelho, mas a estrutura é surpreendentemente grande. Na entrada do Palácio há pinturas em murais que são chamados dos Reis Celestiais, estas figuras são os guardiões budistas.
Na entrada para o Palácio Branco a uma entrada principal, com uma escadaria tripla, onde a parte central é reservada apenas para o Dalai Lama.
Em volta do Potala fiéis fazem suas orações, principalmente na parte da manhã. Eles chamam este percurso de KORA (circuito de perenigração). Existe um trecho onde fazem as orações sempre girando imensas rodas de orações, mas sempre no sentido horário.
TEMPLO JOKHANG – Foi fundado para alojar uma imagem de Budha trazida como dote pela princesa Bhrikuti, do Nepal, ao se casar com o rei Songtsen Gampo. A localização foi escolhida por outra esposa do rei, a princesa consorte Wencheng, da China, dizendo que um imenso demônio abrigava embaixo daquele local e era preciso que um Templo fosse erguido para dominá-lo. Este é local maior das peregrinações, pois podemos ver ao redor do templo milhares de fiéis fazendo suas orações, ao que eles chamam de KORA. Em uma das mãos carregam o Japa Mala (rosário para orações) e na outra a Roda de Oração que vão girando sem parar cantando o sagrado “OM MANI PADME HUM”. Em frente ao templo também podemos ver milhares de pessoas que podem ficar horas e até dias fazendo suas orações, sem parar. Os peregrinos se prostram, pois este é o local mais venerado do Tibet.
Sempre que entramos nos Templos fazemos todo o percurso de visitação sempre começando pelo lado direito. Dentro do Templo os peregrinos fazem doações de dinheiro e de manteiga de iaque, jogando sobre grandes recipientes que são como lamparinas.
Fora do Templo pessoas de toda idade fazem suas prostrações. Os mais jovens mais rápidos e os mais idosos mais lentos, e alguns deles nem conseguem mais completar todo o movimento, apenas colocando a testa no chão e não o corpo todo.
Eu e o Gabriel fomos convidados a experimentar e com pouquíssimas voltas já nos cansamos.
Há queimadores de incenso em frente ao Jokhang, e eles costumam usar um arbusto de zimbro para queimar. No final do dia ficamos defumados com aquele cheiro forte.
A região é chamada de BARKOR, este é o lugar mais movimentado de Lhasa, cheio de peregrinos, moradores e turistas, interessados em visitar o Jokhang. As bancas do mercado estão ali instaladas para servir os peregrinos, muitas das construções do Barkor são do século 8 e podemos encontrar desde rodas de orações, japa malas de todos os modelos, barracas de manteiga de iaque entre outras coisas. Além das barracas de ruas há lojas que vendem desde roupas a objetos de decoração.
MOSTEIRO DREPUNG – Este foi o lugar que mais gostei em termos de energia, ele fica localizado nos arredores de Lhasa, portanto em meio a natureza, e muitas montanhas a nossa volta. Como em todos os locais sagrados encontramos rodas de orações enormes, queimadores de incenso e milhares de pedintes.
O Mosteiro é imenso e passou por várias reformas, no passado abrigou em torno de 10.000 monges, mas hoje por volta de 500.
Afastado um pouco da construção existem cavernas onde monjas peregrinas param para fazerem seus períodos de orações junto ao Templo. Uma monja muito sorridente carregava montanha acima um filhotinho de cabrito amarrado em suas costas. A monja fazia isso para poupar o filhote da subida íngreme das escadarias da montanha. Ela segurava um feixe de capim verde na mão, com certeza para alimentar o filhote.
Do alto da montanha podíamos ver todo o complexo, que no passado abrigou 4 faculdades e milhares de monge, foi o mais rico do Tibet.
A construção mais típica é sustentada por 180 pilares, com uma decoração bem colorida e capelas espalhadas onde encontramos vários Budhas e entre eles Budha Matreya, que é o Budha do Futuro o Jampa, e este esta sentado com os pés tocando o chão e não de pernas cruzadas como é comum. A altura dele é de 3 andares.
A cozinha do mosteiro é imensa, imaginem o que é cozinhar para 10.000 monges no passado. Olha só o tamanho das panelas!!! Eu como gosto de cozinha quis fazer umas fotos neste local, que para mim também é sagrado.
Na saída sempre encontramos barracas com objetos variados, do Tibet, Nepal e Índia. Como sempre somos assediados pelos vendedores.
MONASTÉRIO SERA – No passado este mosteiro também abrigou muitos monges cerca de 5000, mas hoje também abriga poucos deles, cerca de um décimo deste número, esta ordem se chama GELUGPA, do chapéu amarelo. Também abrigava faculdades num número de 3 e cada uma tinha uma função.
Mas, o mais formidável deste complexo todo é um lugar de debates a céu aberto, ele se situa no topo do caminho e valeu apena visitá-lo. Todos podem fazer visitas todos os dias às 15:30 hs da tarde. Ficamos parados observando como monges fazem em seus debates, batem palmas ou pés quando fazem perguntas aos seus companheiros, é muito divertido. O Kora continua montanha acima, mas nós paramos por ali.
MOSTEIRO PELKOR CHODE – Visitamos este mosteiro apenas por fora, pois eu já estava passando muito mal com o mal da altitude, meu marido muito preocupado apenas nos deixou visitar rapidamente as construções externas e ainda assim muito por cima.
Nas proximidades do Mosteiro pudermos caminhar e ver apenas ma rua que estava sendo arrumada, mas queriamos na e ver os KARTENS, que são construções parecidas a quartéis.
CONVENTO ANI TSANKHUNG – Esta situado na região do BARKOR, e fiquei muito feliz ao visitá-lo pois ele abriga apenas monjas, e elas cantavam num coro muito bonito seus mantras. Um clima de serenidade emana deste local e me senti muito bem ao visitá-lo. Fui acolhida por uma monja que foi mito especial. Na frente do Templo, havia uma loja para ajudar a arrecadar dinheiro para o local.
MOSTEIRO PARA HOMENS – Me desculpem mas procurei na Internet e não encontrei o nome deste Mosteiro. Fomos convidados a entrar e o monge que nos recebeu falava um pouco de inglês e foi mais fácil a nossa visitação, já que estávamos sem o nosso guia e o local era bem a frente do nosso Hotel. O monge foi muito simpático e nos tratou muito bem. Ele nos explicou sobre várias coisas e nos convidou para meditar com eles no dia seguinte. Então, eu e o Raphael fomos para a meditação, que foi muito especial. Como em outros monastérios no passado ele também abrigou um número enorme de monges, e hoje conta com apenas 25 aproxiamadamente. Fiquei triste ao ver ao que se reduziu este local.
Onde era o Templo hoje o Governo Chinês acabou ocupando esta região.
Onde eram as acomodações dos monges hoje é alojamento público.